terça-feira, 23 de setembro de 2008

QUAL É O SEGREDO DAS MELHORES?

Fator humano - essas são duas palavras-chaves para qualquer organização nos dias de hoje, e não é difícil entender o porquê. Pouco adianta ter as melhores máquinas e tecnologia de ponta se não existem pessoas capacitadas, preparadas e motivadas para garantir os melhores resultados. Com isso, mais que uma cultura, ter os colaboradores como centro da empresa é uma estratégia de negócio que, sem dúvidas, beneficia os dois lados. E as organizações estão levando esse aspecto muito a sério. É isso que revela o recém-publicado Guia Você S/A Exame – As Melhores Empresas Para Você Trabalhar 2008, que traz um ranking das 150 empresas com melhores práticas e maior grau de satisfação dos colaboradores. "Especialmente nesse time de 2008, nós percebemos que as práticas de gestão estão mais sofisticadas. As empresas estão mais preocupadas em desenvolver, treinar e formar os seus funcionários", afirma Daniela Diniz, editora do Guia. "Mais que só oferecer um bom ambiente para trabalhar, com mimos e alguns agrados, elas estão com práticas mais consistentes." Daniela, que acompanhou de perto todas as fases da pesquisa, destaca uma característica muito importante existente nas melhores: a habilidade de identificar seus funcionários e as necessidades do grupo. "São empresas com culturas diferentes, segmentos diferentes; nacionais, multinacionais... Mas todas com a capacidade de conhecer e reconhecer seus funcionários, ouvi-los e identificar a necessidade apresentada por eles", garante. Outro ponto de extrema importância que ela afirma ter visto na maioria das 150 é a comunicação, que deve ser efetiva e para todos. "As outras categorias avaliadas na empresa fluem, recebem notas muito altas e são muito bem percebidas pelos funcionários se a comunicação flui bem", diz Daniela, que garante que uma boa comunicação sustenta grande parte do sucesso das ações organizacionais. "Quando há comunicação, a história é outra. Você fala com o líder de fábrica e tem a impressão que está falando com o presidente da empresa." CUIDANDO DO DESENVOLVIMENTO A pesquisa 2008 revelou que 95% das empresas, 15% a mais do que no ano passado, têm programas de educação corporativa para auxiliar no crescimento e no desenvolvimento dos profissionais. "Esse crescimento tem tudo a ver com o cenário em que as empresas se encontram hoje. Elas estão desesperadas por atrair e reter seus talentos. Então, é uma maneira de formarem esse profissional num mercado de escassez de talentos, ao mesmo tempo em que oferecem todo o suporte - o que naturalmente o retém na empresa", explica a jornalista. E não existe exemplo melhor do que aquela que conquistou o topo do ranking e foi considerada a melhor empresa para se trabalhar no Brasil: a Volvo. Sediada em Curitiba, ela tem ações e programas muito completos, inclusive de desenvolvimento - um dos motivos vitais para conquistar o primeiro lugar. "A Volvo tem um índice de felicidade dos funcionários muito alto. Os colaboradores dela estão muito, muito felizes com aquele ambiente. Além disso, ela teve notas boas e foi muito consistente em todas as categorias que nós avaliamos", afirma Daniela. Ela conta que, no ano passado, a empresa deu quatro salários extras para cada funcionário da fábrica pelo desempenho. "É tudo muito bem alinhado. A comunicação da Volvo também é um exemplo, então o que o diretor sabe, o operário também sabe - tudo está muito bem amarrado lá", conta a editora do Guia. O SEGREDO DELA Ser considerada a melhor não aconteceu por acaso. Foram ações, políticas e práticas diárias que garantiram à Volvo esse título cobiçado por qualquer empresa. Mas o principal, segundo o diretor de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos, Carlos Morassutti, foi acreditar no seu maior capital: o fator humano. "O segredo foi acreditar que as pessoas podem, sim, fazer a diferença. Você pode ter mil práticas, mil políticas, mil ferramentas dentro de Recursos Humanos, mas se você não tiver essa crença e não levar isso na construção de um ambiente saudável, nada disso vai adiantar. Vai ser apenas modismo, sem resultados efetivos. Então, o que nós temos feito aqui é levar isso de uma maneira bastante séria, acreditando que as pessoas podem e fazem a diferença". A Volvo trabalha três pontos fortes: saúde, educação e plano de remuneração e benefícios. "O nosso programa de saúde não se limita a oferecer assistência médica, ele vai muito além. Tem, claro, assistência médica, odontológica, mas começa muito antes, no restaurante, nos programas de atividades físicas para funcionários e familiares. É um conjunto de coisas, e não ações isoladas", explica Morassutti. O trabalho na área de educação/desenvolvimento também é bem grande e conta com a parceria de renomadas instituições, como a Universidade Positivo e a Fundação Dom Cabral. "Além dos treinamentos aqui, a empresa oferece possibilidades de experiências fora do País", afirma o diretor de RH. E o terceiro grande programa da Volvo é o pacote de remuneração e benefícios, que está igualado ou acima das condições do mercado. Todas essas práticas refletem na satisfação dos colaboradores, visível e comprovadamente apaixonados pela empresa – um índice de 97% de orgulho. "Eu atribuo essa conquista ao clima que temos aqui. O nosso relacionamento realmente é leve, espontâneo. Eu não vou dizer que tudo é um mar de rosas, em qualquer empresa existem alguns problemas, mas de uma forma geral o clima é excepcional", garante Morassutti, que afirma também que a empresa não construiu o clima de um dia para o outro - são 31 anos trabalhando e criando uma história. O diretor de RH finaliza deixando bem claro que todas essas ações e políticas para os colaboradores são reflexos de um plano maior de excelência, que não atende apenas os funcionários, mas sim o público da empresa de uma forma geral. "Nós, como empresa, não estamos olhando apenas a questão do funcionário. Não vamos dizer que a razão da empresa estar aqui é para atender e proporcionar todas essas condições para os funcionários. Ela está aqui, sim, para fazer negócio, vender seus produtos, ganhar dinheiro, mas pode fazer isso de forma consistente, sustentada e se relacionando bem com todos os públicos - cliente, fornecedor, sociedade e funcionário. Nós, como empresa, estamos, sim, nessa jornada que é a busca da excelência, mas com todos os públicos."
(Catho online)

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